quinta-feira, 30 de junho de 2016
Geocentrismo
Acredito que muitos dos leitores pensem, como pode os antigos e suas crenças divinas acreditavam em uma tolice que dizia que a terra era o centro do universo. Mas será que você sabe de algum argumento simples que mostre que este pensamento é de fato tolo?
Para os aristotélicos o universo era formado por um conjuntos de esferas concêntricas formadas pelos 5 elementos que já citamos anteriormente aqui no blog. Ptolomeu utilizou o cosmos aristotélico para desenvolver sua teoria do geocentrismo (palavra derivada do grego que quer dizer terra no centro).
Caro leitor antes de pensar que está é uma teoria simplista e antiquada quero que você pense no céu e no movimento dos corpos celestes, vemos estes passarem por nos todos os dias e noites em movimento circular o que era um bom ponto para acreditar-se no geo centrismo.
Mas não é esse o mais fortes dos argumentos, o mais forte dos argumentos para os antigos era que o que é pesado cai e se cai é por ser formado de terra, o mais impuro dos elementos. e cada elemento tinha seu lugar natural, o centro era o lugar da terra e não o lugar da água,ar ou fogo, ainda menos do sublime e puro éter que formava os corpos celestes.
O modelo ptolomaico foi defendido por religiosos da igreja católica , mas não por motivos religiosos ou filosóficos (no sentido moderno da palavra), mas por motivos científicos (supondo que a ciência já era feita antes de ter esse nome).
Não podia ser motivos religiosos a base da defesa do geocentrismo pois esse também era defendido por muçulmanos - os maiores inimigos do cristianismo na época das cruzadas.
Não tem como justificar num paralelo de teocentrismo e antropocentrismo - o geocentrismo ser comparado ao teocentrismo enquanto o heliocentrismo era a propaganda da herética tendencia antropocêntrica?
O principal motivo era mesmo científico, a teoria ptolomaica era coerente com o paradigma aristotélico e foi defendida por muitos gênios da antiguidade, tais como Galeno, Ptolomeu, Aristóteles, e até mesmo Kepler defendeu o modelo geocêntrico.
Enfim o modelo de universo geocêntrico foi defendido por fazer parte do paradigma dominante naquela época e muitas pessoas falam dele hoje como se fosse um forma estupida de pensar, quando na verdade era um modelo avançado e defendido por pessoas geniais. E pior ainda a maior parte das pessoas que acreditam na estupides do modelo geocêntrico não perceberam que o modelo heliocêntrico que é tão avançado também já foi ultrapassado a um bom tempo fazendo parte de um paradigma também já inadequado aos dias de hoje.
quinta-feira, 23 de junho de 2016
A Alquimia
Dentro do paradigma aristotélico vamos encontrar alguns campos do saber que se desenvolveram muito, mas acredito que a alquimia tornou-se o campo do saber mais bem elaborado, existindo vestígios dela até hoje.
A alquimia foi uma especificação das técnicas desenvolvidas da metalurgia e da filosofia natural. Como toda a ciência clássica tinha muita proximidade com a religião e misticismo. Muitos alquimistas da idade clássica e média tinham códigos e nomes secretos que tornavam o conhecimento hermético e acessível apenas a alguns iniciados.
A alquimia se desenvolveu nas terras mulçumanas e só por volta do século IX chegou a Europa. A alquimia desenvolveu técnicas que originaram a química moderna, a farmacologia, medicina, nutrição oe técnicas usadas na gastronomia e usinagem.
A alquimia utilizava a teoria dos elementos e dos princípios para descrever e manipular os fenômenos da natureza e criou a teoria dos humores (que era algo parecido com a teoria dos elementos so que para o corpo humano).
Para os alquimistas a transformação de de uma matéria impura em materia pura era o caminho para tornar o homem impuro e pecador em um homem puro e imortal. E como para eles o ouro era a matéria mundana mais próxima da quintessência seria o ouro a matéria mais pura. Por isso a forma de transformar outro materiais em ouro tornou-se o ícone da alquimia ate os dias de hoje. A busca pela pedra filosofal (material ideal que purificaria qualquer material tornando-o em ouro) nos proporcionou a descoberta da pólvora, do fósforo e outras coisas uteis ate hoje.
O misticismo, a falta de unidade em relação a termos e técnicas usada e a tentativa de manter o conhecimento alquímico restrito a um pequeno ciclo de iniciados levou ao fm a da alquimia e inicio da química.
quinta-feira, 16 de junho de 2016
Horror ao vácuo.
Lembro-me de uma aula que tive quando tinha dez anos de idade e a professora foi falar sobre pressão atmosférica. Ela mostrou uma ilustração do experimento de Torricceli disse que acreditavam no fracasso do experimento por acreditarem que o cosmos tinha horror ao vácuo. Eu pensei que havia compreendido o motivo, mas na verdade não havia. Alguns anos depois, em outra aula sobre pressão atmosférica me perguntei por que os antigos acreditavam que que não poderia existir vácuo no cosmos (eu sei... Eu sei... Eu era nerd desde a infancia).
a alguns anos atrás, estudando a história da física foi que entendi o porquê. No universo aristotélico o movimento era proporcional a razão entre a força sobre um corpo em relação a resistência que o meio aplica sobre ele, quer dizer que se não há meio, não há resistência portanto teríamos velocidade infinita. Alem disso a cada tipo de elemento encontraria um lugar natural, logo não teríamos lugar para o vazio.
quinta-feira, 9 de junho de 2016
movimentos forçados e naturais
Dentro do universo aristotélico existem dois tipos de movimento. O movimento natural, onde os corpos buscam seu lugar natural baseado na quantidade de cada elemento que nele contem, e o movimento forçado, movimento que depende da força de um motor.
para o movimento natural existem dois tipos. O movimento retilíneo,proprio do mundo sublunar, e o movimento circular proprio do mundo supralunar. Para o movimento natural a velocidade constante dependia do impetus do corpo para voltar a seu lugar natural. E sua velocidade era proporcional a esse impetus e inversamente proporcional a resistencia do meio ao seu movimento.
No paradigma aristotélico a velocidade de um corpo é proporcional a força exercida sobre ele e inversamente proporcional a resistencia do meio ao seu movimento. Isto ainda persiste no senso comum ate os dias de hoje.
A força motora deve ser cedida por um motor que deve sempre acompanhar o móvel. Logo todo móvel é também motor e todo motor é móvel.durante a idade media houve um desenvolvimento da teoria do impetus. Nesta teoria a força aplicada a um corpo cede a ele uma quantidade de impetus oposto a sua busca pelo lugar natural. E com isso explicavam como poderíamos ceder movimento a uma flecha lançada por um arco.
Particularmente acho essas teorias muito engenhosas e bem elaboradas.
quinta-feira, 2 de junho de 2016
os cinco elementos
No paradigma aristotélico o cosmos é formado por cinco essências que geram cinco elementos. Como ja dissemos cada um destes elementos tem um lugar natural na cosmologia aristotélica.
As cinco essências que formam os elementos são o quente, o frio, o leve, o pesado e a quintessência. As quatro primeiras formam os elementos mundanos e a quintessência é a que forma o éter o elemento divino, imutável, incorruptível e mágico.
Os quatro elementos mundanos são o fogo, a água, oar e a terra. Esses elementos são formados por pares de essências.O fogo é formado pela união do leve e quente, a água pola união do frio e pesado, o ar pela união do frio e leve e a terra pela união do quente e pesado. Para os aristotélicos o cosmos sublunar é formado por misturas desses quatro elementos (não existe elemento puro na terra).
Como ja falamos cada um destes elementos tem seu lugar natural no cosmos. Distribuidos de acordo com seu peso (grave) e impureza. No centro o elemento terra, seguido do elemento água, depois o ar, o fogo e na periferia do cosmos o divino éter. O éter seria o mais puro dos elementos e a terra o mais impuro. O fogo seria o elemento acessível mais puro e o ouro uma perfeita mistura entre terra e fogo. Relâmpagos, meteoros e raios eram manifestação do fogo.
A alquimia baseou-se no estudo desses elementos para construir a base da farmacologia, química e metalurgia. Muitos místicos e pessoas espiritualizadas ainda levam a sério os conhecimentos desenvolvidos no paradigma aristotélico sobre os cinco elementos.
Podemos notar como essa teoria forma uma base consistente para teoria sobre o mundo.
Assinar:
Postagens (Atom)