Hoje estava pensando sobre os limites da física moderna.
Lidamos com ao menos três grandes limites na física. O primeiro, e mais famoso,
é a velocidade da luz, o segundo, também bem conhecido entre estudantes é o
Zero Kelvin (ou Zero Absoluto) e o terceiro é menos conhecido (acho que só
estudantes de física e alguns de engenharia o entendem) que é a precisão nas
medidas canonicamente conjugadas.
A alguns dias falei a meus alunos como era bizarro quando
a temperatura de um corpo se aproximava do zero absoluto (supercondutividade,
superfluido) e eu falei que esse valor é hipotético e não pode ser atingido.
Quando aproximamos uma partícula da velocidade da luz também tem suas famosas
loucuras da contração do espaço e da dilatação do tempo. E as piadas sobre o
princípio da incerteza não chegam nem perto do que realmente ela assusta.
Um corpo de massa comum com velocidade próxima a
velocidade da luz, além dos conhecidos fenômenos da dilatação do tempo e contração
do espaço, terá um fenômeno do aumento da massa o que fará precisar de uma
energia cada vez maior para acelerar um pouco mais. Um corpo na velocidade da
luz atingiria uma singularidade precisando de energia infinita para atingir a
velocidade da luz. Quer dizer que para Termos um único próton com a velocidade
limite teríamos que gastar toda a energia do universo para acelera-lo e ainda
seria insuficiente.
A incerteza é outro limite interessante. Quando começamos
a estudar física pensamos que com equipamentos melhores teremos medidas mais
exatas. O que é uma mentira. As grandezas canonicamente conjugadas mantém uma relação
de incerteza uma com a outra. A famosa relação de posição e momento linear não
é a única, temos o tempo e a energia também. Quer quanto mais uma dessas
grandezas torna-se definida a outra torna-se indeterminada. Se soubermos
exatamente a velocidade de uma partícula (portanto ter com exatidão o momento
linear desta partícula) sua posição torna-se infinita (ela estará em todo o
universo ao mesmo tempo) e se sua energia for exata ela teria um tempo
indeterminado. O zero Kelvin é uma forma de termos a exatidão de momento e
energia.
É claro que esses limites representam nosso conhecimento
moderno e poderão deixar de ser a representação da verdade em algum momento. Mas
as implicações disso seriam muito mais assustadoras.
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